Neste sábado, ocorreu na minha cidade (Joinville) um evento muito legal: o primeiro Mercado de Pulgas, na lindíssima e restaurada Estação Ferroviária da cidade (Estação da Memória). O evento foi criado baseado nos tradicionais Mercados da Europa e no Mercado das Pulgas de Curitiba, e nesta primeira edição qualquer pessoa que tivesse peças que gostaria de vender poderia participar, e havia coisas diversas, como: quadros antigos, porcelanas inglesas, moedas, patrarias, máquinas de costura antigas, e muuuita roupa e acessórios. Não era necessário ser propriamente antiguidades, apenas coisas em bom estado que você não quisesse jogar no lixo ou doar, mas que valem algum dinheiro e você não sabia como se desfazer.

Logo que eu soube do evento, fiquei doida. Adoro brechó, amo antiguidades, e acho que toda cidade deve ter esse tipo de evento que além de tornar-se parte da agenda cultural da cidade, é super sustentável. Mas minhas roupas de brechó eu não vendo nem morta! São roupas garimpadas e especiais (como o vestido Nina Ricci que paguei DOIS REAIS!), então fiz a maior limpa no meu closet, e me inscrevi para expor e vender minhas roupas atuais, e levei MUITAS roupas! Montei duas araras enormes, um cabideiro e uma mesa, e lotei de roupas que quase nunca usei, e muitas que nunca havia usado (para espanto de muitos e minha vergonha, haviam diversas peças com etiqueta ainda!), além de bolsas, sapatos e acessórios diversos.
Fiz questão de colocar apenas roupas legais e bonitas e em ótimo estado de conservação e limpeza, pois acho muita sacanagem vender coisas mal cuidadas. Odeio brechós que vendem coisas caras e feias, pois acredito que roupas usadas devem ser vendidas por preços justos e não abusivos.
O bom é que esvaziei meu guarda roupa, e a minha banquinha fez o maior sucesso: vendi peças da Farm, Mormaii, Hering, TNG, Colcci, Morena Rosa, Makenji, além de muita roupa indiana (adoro!!!) e coisas da Renner e C&A por preços simbólicos. Tudo estava por R$3, R$5, R$10, R$15… Só havia uma peça de R$30 e um casaco da Mormaii por R$50.
O mais legal de tudo foi ter conhecido um monte de gente legal e que se identificou com o meu estilo. Muito legal ouvir das pessoas “suas roupas são legais”, “seu gosto é igual ao meu”, ou “nunca encontro nas lojas roupas assim”. Desde pequena eu gosto de me vestir diferente dos padrões da moda enlatada, e gosto de garimpar em qualquer loja roupas diferentes e que se encaixem no meu gosto, estilo e padrão corporal. Não sou vítima da moda, mas adoro a moda e suas novidades, e acho que é imprescindível cada um ter a sua identidade, afinal, a sua roupa é seu meio de expressão. E a moda vai e vem, mas seu estilo é único e deve prevalecer sempre.
Eu tinha muita dó de me desfazer de algumas roupas específicas, que não eram de brechós e eram novas, e foram compradas em ataques de consumismo. Então, fiquei muito feliz em ver a mulherada se divertindo e limpando a minha barraquinha. Tomara que o Mercado das Pulgas vingue na minha cidade, e que o espaço seja aberto a pessoas normais, e não lojistas. Assim, fica mais divertido pra todo mundo, pois os preços são baixos e a idéia de abrir espaço no guarda roupa prevalece sobre o lucro.
Eu e o Aurélio (meu noivo que me acompanha em todas as aventuras mais bizarras!) ficamos das 7h às 19h em pé, trabalhando, atendendo e nos divertindo. Ganhamos um dinheirinho com as roupas que estavam sem uso, vimos muita gente, conversamos, vimos antiguidades, e voltamos pra casa podres de cansados, mas felizes em ver um evento tão bacana, tão bem organizado, e com tanta gente participando.
Muito legal ver que as pessoas não se importam em usar roupas usadas. Eu acho super normal.
Você usa roupas de brechó também? E já vendeu alguma roupa sua? Olha, faça isso. Eu fiz e achei muito legal.